As virtudes de um escritor com propósito

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Escrever requer senso de sentido. Trabalhar com escrita exige a virtude primordial de trabalhar muito a maneira de pensar com a finalidade não apenas de demonstrar intelectualidade, mas de conduzir leitores para um lugar de conhecimento e mudança. Claro, que para isso, existem muitos caminhos possíveis.

Não há como escrever sem que haja um propósito. Não estou falando simplesmente de uma ter em mente algo maior que conduza toda a sua carreira, mas também que te guie durante os pequenos trechos que desenvolve.

Toda escrita acaba atraindo uma dependência relativa da estrutura de pensamento do autor.

Ou seja, o material terá seu potencial aumentado quando está próximo do que é verdadeiro pro autor, quando está próximo daquilo que ele considera belo e harmônico e que não esteja fora daquilo que enxerga como mensagem.

Eventualmente, o escritor pode esbarrar na sua noção de moralidade, na sua construção política ou até mesmo na sua própria bagagem emocional. Ele não tem como ignorar completamente as suas formações, mas precisa saber trabalhá-las do melhor modo possível.

Não existe nada com mais força do que uma ideia lançada com esse senso de objetivo muito delineado. É claro que quando estamos falando de rotina de escrita, no dia dia mesmo, precisamos trilhar o caminho da modéstia, para entender que não há sempre pontos altos de criatividade, e que este auge de euforia e fecundidade não está sempre presente.

O escritor eventualmente é um falsificador de si, mas nunca da realidade.

Para que esse estado de alta performance e assertividade seja mais presente é necessário alinhar a si mesmo com suas ideias. Ele tem que adotar isso como uma disciplina diária e obrigatória. A capacidade de construção de ideias não passa de um instrumento disponível na mão do autor, mas é a maneira como a utiliza que determinará seus efeitos.

Eu sempre me perguntei porque pessoas inteligentes podem não ser bons conteudistas? Bem, o fato é bem simples para mim. É fácil notar que para exercer certa inteligência é necessário tantas outras qualidades.

A inteligência é como uma biblioteca. É necessário saber caminhar lá dentro, saber o que se busca, organizar todo esse conhecimento e principalmente saber como ter acesso a tudo que armazenamos. Toda boa mensagem que possa vir de um texto precisa não só da intelectualidade e da boa comunicação, é preciso também uma dose de organização de pensamentos.

Para olhar para a realidade e tirar conclusões não se exige só um alto nível de sensibilidade, mas para conseguir relatar tudo de um modo competente, sim. É por isso que o autor precisa transmitir mensagens com sua obra.

De nada serve ao mundo intelectuais que acumulam repertórios empoeirados.

O que faz os escritores terem a vontade de transmitir a mensagem que portam é justamente o senso de propósito. Se um autor é apenas envaidecido pela posição que ocupa, ele logo se desliga de sua função principal: guiar leitores pelas ideias concretas.

Quando se escreve sem um sentido claro, nós podemos até fazer novas descobertas, mas jamais vamos entregá-las integralmente para nossa audiência. Se estamos desassociados a esse discernimento da realidade, estamos, na verdade, longe de alcançar o coração humano. Talvez seja esta a dificuldade dos novos escritores.

Escrever palavras bonitas sem carregá-las como propósito é um grande paradoxo. Ninguém acredita em vendedores que não usam seus produtos. Usar do poder da escrita determina certa coerência de sentidos.

O escritor, é, portanto, uma vítima da sua própria ideia.

Mesmo que pareça fazer sentido, quando não encontramos aplicação em uma ideia, tendemos a recusá-la o todo como verdade. Isso não significa que o autor não deverá simular boas histórias ou até mesmo tentar se travestir de sentimentos através de cenários e personagens fictícios para ilustrar, mas o elemento mais importante de um bom trabalho é a verossimilhança, pois essa sempre será cobrada por quem consome conteúdo.

Este diagnóstico pode apontar a razão para que muitos profissionais da escrita tornam-se geniais, mas não tem nenhuma expressividade recorrente na realidade em que está inserido.

Não basta ser genial, é preciso não ser superficial na mensagem, na comunicação e na demonstração de propósito.

O amor pelo que fazemos é o começo de tudo em nós. Se sabemos a razão de escrever, não devemos nos preocupar com o que vamos construir para transmitir a mensagem depois. O propósito é um ponto de partida.

Ninguém vai se tornar um bom escritor sem ter essa largada. Saber como fazer nunca foi o ponto comum do conhecimento e da prática, mas ser fiel a nossa vocação é que sustenta essa realidade. O bom autor é aquele que mais perto de si próprio consegue chegar.

Fazer um bom trabalho está ligado profundamente com esta realidade de propósito. São frutos do mesmo terreno fértil.

Quando a vocação e o propósito não estão unidos, os dois sofrem perdas. No entanto, quando nos alimentamos mutuamente, tornam-se resistentes.

Não dá para definir-se como um escritor sem ter o que realmente dizer ao mundo, sem que se saiba anteriormente que o sucesso nada tem a ver com ser recompensado com notoriedade, sem que haja um ajuste fino entre o que produz e uma mensagem realmente inadiável.

Não dá para assumir-se como um escritor sem que sequer esteja preparado para dizer tudo quando for indispensável e contradizer-se quando for necessário. O propósito de um escritor é não trair a sua vocação, ou corre o risco de assistir o silêncio da sua falta de impacto no mundo.

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