psicologia

Burnout não existe

Ufa! Até que consegui enfim te fazer parar de trabalhar. Calma, o título é sensacionalista de propósito, só assim para você pensar um pouco em si no meio de um monte de tarefas. Vamos lá?

Você deve estar se sentindo esgotado. O que quero te dizer é que quando o trabalho se torna a nossa maneira principal de identidade e nos faz sentir importantes sem razão, temos a sensação errônea de que nos tornamos finalmente algo no mundo.

Uma hora ou outra, no meio dessa bagunça de confundir carreira com sentido para viver teremos a impressão de que não encontraremos o caminho de volta para uma vida sã e equilibrada.

Nessa hora, acreditaremos que estamos sentenciados a viver sempre ansiosos sem saber em que lugar podemos encontrar uma possível solução para a sobrecarga, para o cansaço e para a opressão que sentimos.

A mente viciada em produtividade, obrigada a estar sempre fértil-lucrativa-ativa, implora automaticamente para você parar de se concentrar tanto em como se sente e voltar imediatamente aos negócios.

A grande vantagem de ter chegado até nesse ponto de limite é que a partir de agora, você não vai mais conseguir se enganar. Quer dizer, pode até conseguir, mas aí, a consciência de quem precisa de ajuda sempre apontará para o que quer esquecer. Aí, e com você.

Trabalho é trabalho, mas nem sempre precisa ser

Não preciso te lembrar que trabalhar é fundamental não somente para a manutenção financeira, porque é através dele que satisfazemos nossas necessidades básicas.

Todo esse papo de trabalho com sentido que surgiu nos últimos anos faz com você acredite que seu ofício seja um peso obrigatório que está carregando. De fato, não ter motivação parar fazer aquilo que precisamos fazer nos faz perdem o entusiasmo, e quando menos esperamos, não conseguimos mais dedicar-se a fazer o melhor em cada momento.

É obvio que o sentido da vida acaba sendo o sentido que damos a ela, mesmo que haja realidades mais duras, o trabalho é algo que fazemos com a nossa vida. Usamos a maior parte do nosso tempo de vida trabalhando, sendo assim, o sentido do trabalho está conectado ao sentido da vida.

O primeiro passo para trabalhar com eficiência e o necessário é assumir o propósito firme de concluir as tarefas com as quais nos envolvemos com disciplina. Para isso ser possível, devemos decidir com firmeza o que precisamos começar, como faremos e quando teremos um fim.

É clichê, mas todo mundo já sabe que trabalhar muito não significa trabalhar bem. Estar dispostos a trabalhar de maneira produtiva importa quando focamos na maneira certa como precisamos trabalhar.

Conheça a razão que te faz trabalhar muito

As pessoas trabalham muito por motivos diversos: algumas fazem do trabalho uma necessidade, outros passam tempo demais nas obrigações por falta de método, alguns têm uma compulsão incontrolável por crescer, existem ainda o que são viciados em zerar afazeres e aqueles que tem vontade de agradar pessoas ou satisfazer-se com recompensas.

É evidente que as demandas de trabalho, em vários níveis, em vários mercados, acabam exigindo mais produtividade e tempo, mas até para uma pequena ou grande quantidade de trabalho, se não houver regras claras vão se tornar insustentáveis para a mente das pessoas.

É claro que não estou falando de fazer corpo mole. Estamos falando sobre quando trabalhar demais já não rende, sabemos através de um sentimento momentâneo que acabou o gás e que na realidade o que sentimos é um notório desgaste contínuo.

O que chama a atenção para mim, é o efeito enganoso que longas horas de trabalho podem causa na impressão de sucesso. A cultura de trabalhar 24 hora, 7 dias por semana, pode criar uma ideia de falso progresso que tem certamente impactado na saúde mental das pessoas.

Sem falar nos mercados mais comuns que estão em escalas de remuneração mais inferiores e que mesmo após trabalhar longas horas, os salários continuam baixos e a saúde mantém em risco. Trabalhar excessivamente com salários precários num país como o nosso é extremamente comum.

Como trabalhar então?

Não é realista construir culturas ​​de alto desempenho através de excesso de trabalho. O que possibilita as pessoas trabalhem com mais eficácia e entender as necessidades essenciais delas é não ignorar seus limites para simplesmente tentar extrair mais delas.

Tenho a impressão que quando as pessoas trabalham um número excessivo de horas, elas diminuem drasticamente as suas capacidades e ativam uma consciência mais primitiva e reativa.

O erro está em manter-se ligado no medo. As empresas vivem sendo perseguidas pela ideia de que a concorrência assumirá o protagonismo do mercado, então, por força econômica impõe metas em cima de metas para todos.

Os gestores, vivem com medo de não cumprir seus números e perder seus empregos, por isso procuram constantemente maneiras — descoladas ou não — de pressionar pessoas para fazer mais com menos recursos. É um círculo vicioso e acelerado que não serve bem a ninguém.

O sinal vermelho para um trabalho desgastante é entender até onde você tem condições de contribuir e em qual momento você não consegue mais somar a um sistema infinito de produtividade.

Como lidar com o cenário a volta?

Trabalhar sempre foi duro. Nada disso é novo. O que mudou é a intensidade e a implacável pressão, sobrecarregada pela vida digital e com uma economia global que estende o dia de trabalho antes finito para todas as horas do dia e da noite.

A tecnologia também dita o ritmo. O que era para facilitar a nossa vida e liberar tempo acaba nos cercando de todos os lados, exigindo da pessoas uma mente de computadores, a disposição integral de programas que não desligam e os resultados exorbitantes que nunca param de crescer.

Em uma cultura de excesso de trabalho, ficamos com receio de que qualquer folga seja vista como evidência de que estamos relaxando, e então, acabamos nos obrigando a nunca sentir que somos limitados e nem se dar o luxo de ficar para trás.

Gente movida pelo medo nunca recua, jamais reflete ou prioriza as coisas certas. É obvio que nosso desempenho é melhor quando estamos realmente descansados, mas isso pouco importa quando podemos ser substituídos a qualquer momento.

Os atletas de alto desempenho já entenderam isso e gerenciam de maneira controlada e consciente como a relação trabalho-descanso deve ser. Com isso garantem que estão no seu melhor quando estão realmente executando.

A cultura do excesso de trabalho está nos matando lentamente. A força de trabalho mais satisfeita é uma enorme vantagem competitiva. Talvez um dia a gente descubra isso.

E o que Burnout tem a ver?

Aprenda a sentir o cheiro de queimado antes que esteja pegando fogo. 

Ao notar cansaço excessivo, físico e mental, dores de cabeça frequentes, alterações no apetite, insônia recorrente, dificuldades de concentração, sentimentos de fracasso e insegurança, negatividade constante e sentimentos de derrota e desesperança, busque ajuda.

Os profissionais indicados para tratamento da Síndrome de Burnout são o psiquiatra e o psicólogo. Esta síndrome vem acometendo mais pessoas atualmente, então, se por acaso se enquadra nessa realidade de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade, cuide-se com urgência.

Burnout existe sim e é sério.

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