Não se faça de otário que é pior

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É a tônica do nosso tempo: Não estamos sabendo mais construir uma intimidade saudável. O cinismo tartufo aparece no primeiro sinal de que gostamos realmente de alguém. A fantasia anônima do disfarce.

Tá todo mundo com medo de pessoas. Do que elas são e do que elas fazem. Na realidade, dizemos que estamos decepcionados com elas, mas, no fundo, estamos tristes com a gente mesmo. É curioso observar que estas situações dizem mais sobre a gente do que sobre o outro.

A maioria de nós consegue ter uma convivência sadia com pessoas. E mesmo assim, às vezes, não estar mais a fim de se dar ao luxo de creditar uma paupérrima confiança que seja. O medo deu-nos um knockout daqueles que quebra a cara inteira e nos acovarda.

A informalidade com que colocamos pessoas nas nossas vidas também é uma questão que nos convém, mas nos atrapalha. Por causa dela, deixamos de molho as etiquetas dos relacionamentos, e num avesso proposital e absoluto, lutamos contra a exposição de sentimentos, combatendo qualquer hipótese de apego sem se dar conta de que isso expõe as nossas vísceras bem diante do céu aberto.

Amarrados a uma mentalidade machucada, decretamos um recesso nos relacionamentos, fingindo demência sentimental e nos acostumamos a mostrar os dentes num sorriso amarelo, mesmo já conhecendo a antiga piada.

Fazemos de tudo para, inconscientemente, nos tornarmos invioláveis. Esbarramos em desculpas para sentir-se feliz com o que conseguimos e chegamos a acreditar no absurdo de uma vida possível numa ilha afetiva. Tudo para poupar-se, para simular bastar-se. Num fingimento autoconvenceste.

É como se, hipnotizados, num coro coletivo, gritássemos juntos: “Comprometidos uma ova!” e fazemos do amor um happy hour em plena segunda-feira. Pense bem. Todo mundo quer uma diversão, mas poucos tem o fígado para uma vodca no começo da semana.

Transportamos o amor para um lugar onde é apenas um alívio sem qualquer responsabilidade concreta. Uma bebedeira momentânea que nos deixa anestesiados enquanto estamos embriagados mas não tem o efeito terapêutico. A ressaca sempre vem, bicho.

Criamos daí, a recessão do amor. Umas férias para o sentimento. Um contrato novo para o ressentimento. Mandamos o coração para um spa e acabamos descobrindo quão tedioso pode ser o ócio da falta de amor com propósito. Deixamos o amor num lugarzinho onde o sol bate, mas nem tanto para corar seu bronzeio.

Abrimos a alma diante da gente mesmo e deixamos cair no chão a delicada realidade que se estilhaça num ensurdecedor estralo do silêncio. Esta deveria ser a hora de falar tudo pra si. Sem fazer do pudor uma neurose. Sem recalque consigo mesmo. Amor-próprio? Não. A mais pura e severa sinceridade escancarada no espelho.

Qualquer sujeito que tenha tido cinco minutos de amor verdadeiro, não se contenta com essa vida de fingimento. Vive um eterno belisco diante da ilusão. Busca para si um frenesi cru. Não quer esconder o rosto na penumbra. Reserva logo tudo que consegue.

Que mané metade coisa nenhuma. A gente quer logo o amor inteiro.

Para si próprio, tudo se pode perguntar. Deve-se encontrar tudo que está na mente para esconder o amor. Já não há questão indiscreta diante do espelho. Respostas nem tampouco.

Não viver algo por medo? Coisa de troglodita. Desalmado. Gente sem vida. Fale e mostre o máximo. Exiba-se pro afeto.

Ame verdadeiramente. Diante do amor, não se faça de otário que a coisa só piora.

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