sozinho

O que ninguém te fala sobre a solidão ser uma coisa de adulto

Lembro que quando eu era criança fazia amizade com meia dúzia de palavras. Bastava levar um brinquedo para um lugar que logo arrumaria um amigo para brincar comigo. Criança tem muita facilidade para conectar-se às pessoas. Solidão é coisa de adulto.

Somos um mar de solitários e não há nada que possamos fazer para mudar isso de maneira rápida. Não adianta entrar no Tinder, ter milhares de seguidores no Instagram, fazer Happy Hour toda sexta, pedir um combo devodka ewhisky de dentro de um camarote ou ter muitos contatinhos no celular. A vida adulta é lotada de solidão.

Já repararam que, quanto mais velhos ficamos, menos pessoas vão aos nossos aniversários? Nosso círculo fica reservado apenas a pai, mãe, irmão e talvez meia dúzia de pessoas que sempre fazem os mesmos rolês de sempre.

Você já se vê sem muita pretensão de fazer questão das pessoas, acostuma-se com o edredom e o Netflix, não se importa em tomar um sorvete sozinho, em ir no cinema porque ninguém mais podia ir, em almoçar sua comida preferida sem ninguém para papear.

Não quero dizer que temos que estar acompanhados o tempo todo como se não tivéssemos nossas particularidades. É bom saber suporta-se, saber conhecer-se, ficar em silêncio sozinho olhando para o teto branco, ir viajar só com seu roteiro, comprar aquele ingresso para o show mesmo que ninguém possa ir contigo, correr pelo parque de fones na companhia apenas da sua playlist predileta do Spotify. É possível estar sozinho e em boa companhia.

No entanto, não ignore que, às vezes, a sua cama se transformará em uma grande campo de futebol e parecerá enorme só para você, que na sua mesa do almoço não terá nenhuma pessoa para dividir aquele prato enorme ou roubar sua batata frita, que seu inverno será bem mais frio por não ter com quem dividir um cappuccino no meio da tarde e o cobertor a noite, que não terá ninguém para xingar quando ver que a roupa espalhada pela casa é só culpa sua.

Você dará conta de que a vida adulta tem uma solidão tão particular. E que mesmo que corra atrás de companhia, poucas pessoas realmente estarão interessadas em quem você é. Todos são tão solitários quanto você, e nada mais vai mudar isso. Você será refém de outro solitário viciado e perdido.

A vontade do abraço parecerá utópica. O desejo de que alguém se preocupe contigo será uma ilusão impossível. Você estará na iminência de um perigo ainda mais danoso: Acreditar que somente com outra pessoa é que poderá ser feliz por completo.

Nessas horas, é melhor abrir as janelas da casa e deixar a luz entrar, tentar se esquivar de pensamentos ruins e pessoas que sejam apenas temporárias, de gente que não valoriza a permissão que deu para que ela seja tudo em você.

Ali, enquanto a solidão faz de você seu maior escravo, resista. Abra bem seu coração para escolher não se entregar por migalhas, mas principalmente abra os olhos para aquilo que está ao seu redor. Não menospreze a oportunidade de conhecer gente e ideias novas, de mudar de ambientes de vez às vezes, ou transformar seus hábitos, viciar-se em uma coisa inédita, trocar tudo que precisa ser trocado sem dó de dar embora. Assim mesmo, no impulso de mudança.

As melhores companhias são sempre aquelas que a gente menos espera. A solidão sim é uma companheira fiel, amigo.

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