história

Faça uma visita para sua história com a coragem de ver o que precisa

O brasileiro é relapso com sua própria história. Não temos o costume de averiguá-la com importância. Não valorizamos tradições qualquer. Somos o povo que não liga pra memória. E isso realmente nos prejudica a saber-se quem é.

Para longe das teorias de auto-ajuda, eu sempre recomendo, de maneira genuína, que as pessoas revisitem suas histórias com a mesma simpatia que observam a vida das pessoas que admiram.

Qualquer tentativa séria de observar com cuidado a nossa própria vida, repassar por pontos altos e baixos e ponderar certos episódios pode nos ajudar a enxergar-se melhor.

O segredo não é criar heróis e vilões para a gente creditar com bravuras exclusivamente valentes ou descarrilhar um caminhão enorme de culpas. A nossa história é uma colcha de retalhos que nunca está completamente finalizada, mas pode ser um conjunto de belezas e percalços.

Existem muitos métodos para averiguar o passado com o zelo de uma devoção. Não é porque é passado que deve-se desconsiderar sua existência. É o nosso passado um dos professores mais severos que regem uma mestra lição.

Fora dos clichês, o passado é para ser reconhecido e não revivido

A história de qualquer coisa é um organismo vivo, que por vezes, regurgita seu sabor ácido, mas auxilia também não construção de um novo universo de possibilidades. O passado é implicante com quem ignora seu caráter controverso.

Alguns passados precisam de exumação para reavaliar com seriedade determinados pontos e reconsiderar.

No caso dos episódios felizes, vale-se listá-los para entender que nada na vida passou em branco. De alguma forma inexplicável, determinadas datas se apresentam diante de uma janela de sentimentos positivos. Certos cenários nos colocam diante de uma satisfação indecifrável.

A conversa interminável entre passado e futuro

Neste sentido, as duas realidades temporais se prestam a um bate-boca sem fim na nossa cabeça. Tanto a versão cor-de-rosa e lírica da vida como as inúmeras tonalidades foscas nos fazem estar diante de um aprendizado que não tem escola capaz de transportar.

Descobrimos que as dores não foram assim tão dolorosas, que os méritos foram também uma pouco de sorte, que determinadas complexidades se revelaram verdadeiramente simples o suficiente, que toda perfeição também incorria no risco de ser apenas um jogo equilibrado de tecnicidades.

Destapamos as vistas e vemos que o sentido pra vida não está extinto como imaginávamos em outro tempo e que podemos revogar certas disposições.

É um privilégio ser capaz de tirar qualquer nobreza de si e perceber-se como um personagem discutível.

Assim, como cada movimento futuro precisa de uma retaguarda já vivida, vamos crescendo sem aceitar determinadas repetições ineficientes na nossa história. A vida perde o seu sabor romântico e ganha uma perspectiva mais redentora.

Assinamos tratados importantes com a gente mesmo e temos o poder de redimir determinadas manchas, esquecer os borrões desimportantes e seguir numa patrulha mais saudável com a gente mesmo.

A liberdade de olhar para nossa história é um horizonte essencial para nos livras das senzalas que nós mesmo criamos para si. Há quem diga que determinadas marcas teimam em desaparecer e não estão de tudo erradas, mas venerar a nossa história também piora a situação de como a veremos.

Deixar de fazer o exercício de sentar e colocar no papel a nossa história como capítulos de um livro ainda em construção, ou reassistir-la como um filme de cenas escritas por linhas confusas, não nos permite ser.

Não há personagem concreto sem história clara

Pode ser exagero dizer que precisamos olhar para a história das coisas, mas quando temos uma quantidade enorme de pessoas sem saber o que dizer, fazer, ser convém exagerar o reforço. Só com exagero a denúncia aparece: Não sabemos quem somos.

O pior é que muita gente sustenta a legitimidade do autocinismo. Por isto mesmo é preciso também não desmerecer a capacidade do ser humano de não agir diante de uma desmascarada situação.

Ontem, assim como hoje, mais do que olhar para si, é preciso procurar as fundas raízes da alma do passado de tudo e conservar o que é bom. Ao mesmo tempo, ser capaz de encarar o hoje com coragem de progredir.

O valor das histórias é notório. A ideia de notar-se encontra forte resistência em corações acostumados com a maré guiando. É confortável não pensar, mas custa caro. A longo prazo, é uma dívida emocional. Diria até existencial.

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